Remember me

Fonte: UOL Jogos

CONSIDERAÇÕES

Em um mercado saturado de continuações, é revigorante ver uma série nova que apresenta tantas boas ideias e ousa se arriscar em alguns quesitos. Pena também que "Remember Me" joga seguro demais em outras partes, o que acaba limitando demais a experiência.

O resultado é um jogo de aventura curto e linear, com combates repetitivos e um enredo curioso, criativo e empolgante, situado em um mundo de imenso potencial para o futuro. Uma verdadeira jóia, mas ainda em estado bruto.
UOL Jogos UOL Jogos UOL Jogos UOL Jogos UOL Jogos
INTRODUÇÃO

Por mais que reclamem que a Capcom não cansa de explorar séries de sucesso da casa, como "Resident Evil" e "Street Fighter", é justamente a produtora japonesa que ousa apresentar uma série inédita de alto calibre a esta altura da vida da primeira geração de consoles de alta definição.

"Remember Me" é o primeiro título do ambicioso estúdio francês Dontnod e apresenta um futuro distópico em que memórias podem ser manuseadas como bens físicos.

Eventualmente, uma sociedade extremamente segmentada se estabelece e acompanhamos a jornada de Nilin, uma hábil guerreira rebelde francesa que luta para derrubar o sistema com a ajuda de alguns colegas e o poder de remixar memórias.

PONTOS POSITIVOS:

Mundo envolvente
O grande destaque de "Remember Me" é sua trama e o mundo em que acontece. A cidade de Neo Paris, em 2084, é um lugar complexo e intrigante, bem ao estilo das melhores histórias de cyberpunk e os bonitos gráficos ajudam a capturar de vez o olhar de quem joga.

Os personagens que habitam este universo são variados e interessantes, o que torna uma pena o fato de muitos aparecerem rapidamente, sem entrar em muitos detalhes de seus passados e motivações. As animações deles também não são das mais fluidas vistas nesta geração, mas não comprometem o resultado final.

A história, por sua vez, ainda que repleta de clichês, brinca de forma criativa com seus elementos, reservando uma boa dose de surpresas e reviravoltas ao longo da curta jornada de cerca de 8 horas. Neste ponto a excelente localização faz um belo trabalho com suas legendas em português, ajudando qualquer um a entender profundamente tudo que acontece, seja nas animações ou nos extensos textos de apoio do game.

O testamento definitivo do potencial do jogo é o gostinho de 'quero mais' que fica no final. A aventura satisfaz, mas a vontade é de explorar ainda mais e conhecer melhor o mundo de Nilin e seus companheiros.

Memory Remix
A mecânica inédita mais elaborada apresentada por "Remember Me" é o Memory Remix, segmento em que Nilin invade a memória de uma pessoa e altera elementos, efetivando mudando a lembrança do indivíduo.

Na prática, funcionam como quebra-cabeças em formato de vídeo, quase como um adventure do tipo 'aponte-e-clique' em que você deve prestar atenção nos elementos do cenário para resolver o problema apresentado. Para alguns, pode lembrar um pouco a experiência de "Heavy Rain", jogo exclusivo do PlayStation 3, mas sem tanta liberdade no cenário e com a opção de voltar no tempo para mudar decisões.

Espalhados de forma contida, são o ponto alto na mecânica do game, oferecendo boa variedade e desafio.

Sistema de combos
Outra boa ideia apresentada por "Remember Me" é o sistema de combos personalizável.

Ao longo do jogo você acumula uma série de combinações diferentes de golpes, alternando entre socos e chutes, e é possível alterar os atributos de cada pancada. Por exemplo, pode-se encadear vários golpes de alto impacto, ou então alternar com movimentos que recuperam a energia de Nilin ou então combinar com outros modificadores.

O sistema é divertido e permite adaptar o jogo ao seu próprio estilo. A interface é confusa e poderia ser mais fácil de navegar e faltou integrar melhor ao esquema outros poderes de Nilin, como projéteis e outros golpes especiais.

Novamente, fica aí uma excelente oportunidade para aprimorar em uma eventual sequência.

PONTOS NEGATIVOS:

Navegação confusa
Uma aparente forte inspiração de "Remember Me" é a série "Uncharted". Boa parte do tempo você passa explorando cenários lineares com Nilin, procurando sempre a plataforma certa para escalar.

O problema é que a câmera vira obstáculo na tarefa. O tempo todo é necessário ajustar o ângulo para visualizar melhor o caminho à frente e, muitas vezes, o design da fase confunde, dificultando sem necessidade.

Pelos ângulos variados e os cenários de fundo elaboradíssimos, fica claro que a intenção desses percursos é muito mais ilustrar o ambiente e dar uma variada no ritmo de jogo do que efetivamente desafiar - ainda mais de forma tão irritante o jogador.

Acredito que um design mais bem encadeado ou talvez um botão para indicar o caminho a seguir (como, aliás, acontece para indicar alguns pontos de interesse nas fases) resolveria de forma rápida o problema.

Combates rasos
O sistema de personalização de combos e os golpes especiais de Nilin divertem, mas não salvam as lutas de "Remember Me" de caírem em uma espiral de repetição.

Se a exploração lembra "Uncharted", os combates parecem se inspirar em "Batman: Arkham", mas sem a mesma desenvoltura. Ainda que os tipos de inimigos mudem, as estratégias pouco variam.

Uma mesma combinação de golpes e especiais pode servir para detonar a maioria dos adversários, enquanto outros especiais ficam relegados para momentos muito específicos da jornada, correndo o risco de serem esquecidos pelo jogador.

Claro, por um é lado é legal que há ferramentas o bastante para criar seu próprio estilo de luta, a sua própria Nilin, mas não seria ruim se o jogo estimulasse mais a usar tudo à disposição.
Compartilhe

foda !

Achei o jogo muito bonito em relação ao gráfico do mesmo, mas tirando isto o combate ta fraco mesmo, os inimigos cortam fácil seus combos