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Call of Duty: Black Ops II

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Call of Duty: Black Ops II Empty Call of Duty: Black Ops II

Mensagem por Saint Seiya Qua 21 Nov 2012, 1:41 pm

CONSIDERAÇÕES

Ao levar “Call of Duty” para o futuro próximo, “Black Ops II” busca oferecer direções para o futuro da principal franquia de videogame da atualidade. Seja com um sistema de escolhas, finais alternativos ou o refinamento do popular multiplayer, a Treyarch mostra que “Call of Duty” pode sim mudar e evoluir, ainda que, muitas vezes, na base da tentativa e erro.

INTRODUÇÃO

“Call of Duty: Black Ops II” se passa em um futuro próximo, durante uma Guerra Fria futurista, em que um carismático vilão ameaça a paz mundial. Para dar um fim ao terrorista, o jogador controla David Mason, um super agente especial – e filho de um dos protagonistas do primeiro “Black Ops” – em uma grande aventura ao redor do mundo, ao mesmo tempo em que um veterano da primeira Guerra Fria relembra os eventos que criaram o vilão Menendez.
O jogo também traz de volta o popular modo Zumbi criado pela Treyarch em “World at War” - agora em uma versão expandida - e, é claro, o modo multiplayer competitivo, com novas armas e equipamentos, sistemas de personalização e modalidades para novatos e veteranos.

PONTOS POSITIVOS

Multiplayer excelente
O modo multiplayer é, disparado, o principal atrativo de “Call of Duty: Black Ops II”. A Treyarch fez um excelente trabalho refinando os sistemas e modalidades conhecidos pelos veteranos da série, com novas armas e equipamentos e um sistema de personalização que permite explorar e construir uma classe adequada ao estilo de cada jogador.

“Black Ops II” adota um sistema de pontos, ganhos conforme você sobe de nível, para habilitar novas armas, vantagens e séries de pontuação. O jogador pode escolher dez desses itens para construir seu soldado, respeitando algumas regras e limitações, é claro.

Sobre o arsenal e os equipamentos, embora adote uma temática ‘futurista’, não se preocupe: nada de raio laser ou tecnologias de “Guerra nas Estrelas”. “Black Ops II” traz armas bem conhecidas dos jogos mais recentes. A ficção-científica fica por conta de algumas máquinas de guerra, como os drones – ou vants, no Brasil - e outros robôs de combate, que podem causar um belo estrago quando bem utilizados.

Já os mapas são caprichados e oferecem vários níveis de caminhos e opções. Claro que alguns se adequam melhor para determinados tipos de jogo ou quantidade de jogadores. Leva um tempo até aprender as rotas e os pontos estratégicos de cada arena, mas isso é parte da diversão. Em pouco tempo, você terá os seus mapas favoritos e aqueles que não vai querer ver nunca pela frente.

Diversão imediata
É preciso aceitar que “Black Ops II” não é um jogo de guerra, como “Battlefield 3” ou “Ghost Recon”. É um jogo de tiro com uma roupagem militar, um descendente direto de “Counter Strike” e de outros tiroteios ‘arcade’ do passado. O trabalho em equipe e a comunicação rendem sim, alguma vantagem, principalmente em modalidades como Captura a Bandeira, Dominação, Demolição e a excelente Baixa Confirmada, mas você pode partir para um mata-mata desenfreado e se divertir tanto quanto um time bem organizado.

Há categorias diferentes que valem ser exploradas, conforme seu nível de habilidade e interesse em se aprofundar no multiplayer competitivo. Novatos e jogadores ‘casuais’ vão encontrar boas partidas no Campo de Treinamento, onde ganham experiência e conhecem os mapas e modos de jogo, mas não completam os Desafios de seu armamento.

A maior parte dos jogadores vai se enfrentar no Núcleo, que é o multiplayer padrão de “Call of Duty”. Lá você pode escolher entre diversas modalidades de jogo, evoluir suas armas, liberar novos equipamentos e vantagens e assim por diante.

Há também o modo Extremo, que deixa as coisas um bocado mais desafiadoras: são partidas sem indicações na tela, com munição mais letal e, principalmente, sem regeneração automática.

Para completar, os Jogos de Liga são o ponto de encontro dos verdadeiros aficionados por “Call of Duty”. Após algumas partidas iniciais, o jogo calcula seu nível de habilidade e o coloca em uma divisão com oponentes aproximadamente do mesmo nível. Você ganha e perde posições conforme sua performance nas partidas da liga e, de tempos em tempos, o game avalia o desempenho e move os jogadores para outras categorias.

Mais importante, nos Jogos de Liga todo o arsenal, vantagens, equipamentos e Séries de Pontuação (que substituem as famigeradas ‘killstreaks’) são liberados desde o começo. Você cria seu soldado da maneira que achar melhor e entra em jogo em pé de igualdade com todos os competidores.

Em contrapartida, você não ganha experiência por desafios nos Jogos de Liga, apenas uma pontuação determinada no fim da partida. Pode soar estranho para quem entrou na série em “Call of Duty 4: Modern Warfare”, mas é uma forma de concentrar os jogadores na ação, ideal para torneios e outros eventos de comunidade.

O multiplayer é acompanhado por uma bela ferramenta ‘social’, o CODCasting, que permite gravar partidas e transferir diretamente para o YouTube, tão popular entre os jogadores de hoje em dia.

Em busca de inovação
Em “Black Ops II” a Treyarch tentou um feito raro na série “Call of Duty”: inovar. A última vez em que a franquia passou por mudanças dignas de nota foi no primeiro “Modern Warfare”, da Infinity Ward, quando se tornou o fenômeno comercial que é hoje.

Ao levar “Call of Duty” para o futuro, a Treyarch não realiza uma mudança tão drástica. Em vez de se apoiar na ambientação, a produtora tenta introduzir novos ingredientes, como os múltiplos finais e ocasionais escolhas para o jogador. Também há missões paralelas na campanha, cujo desfecho afeta, minimamente, o desenrolar da aventura de Mason e sua turma de super-soldados.

Pacote completo
“Call of Duty: Black Ops II” oferece um pacote sólido de entretenimento, com uma campanha solo divertida e cheia de ação, o excepcional multiplayer competitivo e partidas cooperativas, na forma de seu modo Zumbi. Há alguma coisa em “Back Ops II” para todo fã de jogos de tiro.

Versão brasileira
“Black Ops II” é o primeiro “Call of Duty” totalmente localizado para o Brasil, ao menos no PS3 e Xbox 360. Menus e legendas são bem traduzidos e, após se acostumar com alguns termos, como ‘cesta básica’, você não terá dificuldades com o idioma.

A dublagem, por sua vez, pode não agradar a todos, por soar um pouco forçada em alguns personagens – como Salazar, que fala com um sotaque espanhol carregado demais ou as milícias afegãs e paquistanesas. Tudo parece um pouco ‘Sessão da Tarde’ demais - e talvez essa fosse justamente a intenção.

Quem prefere jogar com o idioma original, pode optar por ele no PS3 – basta mudar a linguagem do console. Já no Xbox 360, o disco vendido oficialmente no Brasil só possui a versão em português. PC e Wii U não possuem localização para o Brasil.

A volta dos mortos-vivos
O modo Zumbi, introduzido pela Treyarch em “World at War” e que marcou presença também no “Black Ops” original, está de volta. Mais robusta, a modalidade é o terceiro pilar sobre o qual este “Call of Duty” se sustenta. Além das partidas de sobrevivência, há uma pequena campanha, TranZit, em que até 4 jogadores cooperam para sobreviver enquanto viajam de ônibus pela América pós-apocalíptica infestada de mortos-vivos.

Como manda a tradição, no modo Zumbi a jogatina traz elementos ‘arcade’, como a compra de armas e vantagens com os pontos ganhos abatendo zumbis. É preciso montar geringonças para abrir portas e buscar peças para fortalecer o ônibus. Acima de tudo, é preciso ficar esperto para não ser deixado para trás – correr a pé pela estrada é morte certa.

Depois de finalizar TranZit, você habilita uma nova opção de jogo, Grief. Nela, duas equipes de 4 jogadores cooperam inicialmente para sobreviver para, em seguida, mandarem balas uns nos outros.

PONTOS NEGATIVOS

Campanha irregular
Com “Black Ops II” a Treyarch tenta renovar a grife “Call of Duty”, introduzindo vários novos elementos tanto ao multiplayer quanto na campanha solo. E por mais que tenha seus bons momentos, essa deve ser a aventura mais fraca da série desde “World at War”.

Você constantemente vai se deparar com falhas na Inteligência Artificial, seja nos seus colegas de esquadrão ou nos inimigos. É comum, em alguns estágios, ver inimigos parados, esperando você se aproximar – mesmo quando você já está do lado deles.

Há trechos de furtividade que são simplesmente mal feitos – um mal da maioria dos jogos de ação que tentam essa abordagem em um momento ou outro. Ao menos uma vez, fui obrigado a reiniciar a missão quando, após passar por uma fase dessas, meu companheiro decidiu ficar parado atrás de uma caixa e não continuar, impossibilitando o avanço.

Um detalhe visível é que o jogo parece ser muito mais caprichado e cheio de detalhes nas fases que se passam em 2025 ou, mais exatamente, naquelas que são, também, mapas do multiplayer. Há um certo descaso com as fases dos anos 1980, com florestas pobres, cavalos mal desenhados e uma falta de atenção aos detalhes que não se vê nos cenários ‘do futuro’.

Não saia do roteiro!
Por fim, durante a campanha, “Black Ops II” tira você do controle vezes demais em alguns dos momentos que deveriam ser os mais empolgantes. Todo “Call of Duty” tem uma ou mais cenas em câmera lenta, em que você só precisa apontar e atirar no alvo. Em “Black Ops II”, você só precisa assistir algumas dessa sequências, em primeira pessoa mesmo, o que é muito frustrante para o jogador.

Há também trechos em que você sente que poderia tentar várias abordagens. Em um deles, você se depara com um paiol com várias armas diferentes – um fuzil, um rifle de precisão, armadilhas de urso – e em seguida, precisa chegar até um rádio, em uma cabana vigiada por soldados inimigos. Protegido por uma vegetação densa, você observa a cena e percebe a janela aberta por onde deve saltar. Mas também percebe várias outras formas de eliminar a oposição. Afinal, o game acabou de te dar um arsenal bem diversificado, certo? Errado. A única forma de avançar é pulando a janela e assistindo a cena – toda em primeira pessoa - instantes depois. Qualquer outra abordagem e você morre rapidamente, sem maiores explicações.

“Você só precisa sentar aí e o computador vai fazer o resto”, diz Harper para Mason antes do herói embarcar em um jato de guerra futurista durante a campanha. A frase, infelizmente, pode ser aplicada para mais situações da campanha do que deveria. Fica a impressão que a campanha solo é o pilar menos importante para “Call of Duty” atualmente.
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