Virtua Fighter 5 Final Showdown

Fonte: UOL Jogos

CONSIDERAÇÕES

Se à primeira vista, pagar R$ 30,99 (preço cobrado na PS Store brasileira) por um jogo de luta completo sugere um ótimo custo-benefício, basta alguns minutos com "Showdown" para se confirmar essa expectativa. Mesmo se tratando da revisão de um game de 2007, no geral o jogo envelheceu bem e apesar de contar com alguns deslizes técnicos, a receita de sucesso da série continua intacta.

Aos fãs de "Virtua Fighter", esperem pela mesma mecânica 'arcade', cenários bacanas e pelas lutas divertidas. Já os recém-chegados terão a chance de conhecer uma nova versão de um dos primeiros jogos da atual geração, com suporte a um modo online competente e um dos melhores tutoriais do gênero.

INTRODUÇÃO

Lançado em 2007, "Virtua Fighter 5" volta ao PlayStation 3 e Xbox 360 em uma revisão subintitulada "Final Showdown". Oferecido exclusivamente nas redes online PlayStation Network e Xbox Live, o jogo promete refinar aspectos técnicos e consertar erros da versão anterior.

De resto, o game continua o mesmo, um sistema simples de controles com três botões, personagens de diferentes estilos de luta, cenários destrutíveis que estimulam jogar o oponente para fora e combates pontuados por movimentos realistas de artes marciais, que privilegiam não somente o massacre de botões, mas também a estratégia de luta e contra-ataque.

PONTOS POSITIVOS

Cenários diversificados
Para a sorte dos fãs, a Sega não mexeu muito nos cenários do jogo anterior, promovendo o retorno de algumas das arenas mais interessantes, como o ringue de luta livre do El Blaze, a paradisíaca ilha de Jeffry , cenário das cataratas e a jaula no deserto. Essa última, aliás, está repleta de areia no solo, que espirra grãos conforme os lutadores se movimentam ou golpeiam o adversário.

Outro ponto importante é que todas essas arenas possuem grades ou elementos destrutíveis, que caso quebrados, facilitam a queda dos lutadores para fora, tanto do palco da luta, quanto da batalha.

E mesmo se tratando de um jogo programado originalmente em 2007, todas as paisagens são artisticamente belíssimas e com uma paleta de cores, marca registrada dos jogos da divisão de arcades da Sega, a AM2.

Simples e direto
Quem conhece "Virtua Fighter" sabe que o jogo sempre foi amigável para iniciantes. Nascido para fliperamas, o jogo que estreou os gráficos poligonais no gênero preza pela simplicidade na mecânica, que abdica das magias e golpes sobre-humanos para reproduzir movimentos realistas e mais condizentes com uma luta de verdade.

"Final Showdown" segue à risca essa receita, oferecendo um sistema de controle com três botões (chute, soco e defesa), que, combinados, dão ao combate uma centena de variações de movimentos em pé, no chão, no alto, agarrões, contra-ataques e fintas - um prato cheio para os jogadores que gostam de se aprofundar.

Bem vindo, modo online
Quem jogou "Virtua Fighter 5 Online" de Xbox 360 sabe que esse modo nunca funcionou tão bem quanto deveria. Pior ainda, a versão de PlayStation 3 sequer tinha essa opção. Agora, em "Final Showdown", a Sega oferece, enfim, um modo competitivo pela rede robusto e estável.

Direto e reto, esse modo encaminha o jogador às partidas por ranking ou amistosas, além de oferecer a criação de salas para jogar e assistir as lutas. Ao começar o quebra-pau percebe-se que a instabilidade ficou no passado, com batalhas de animação fluída e dinâmicas e sem atraso de quadros que tanto atrapalhavam o jogador no primeiro game do Xbox.

PONTOS NEGATIVOS

Roupas extras? Só pagando
"Final Showdown" oferece uma vasta opção de roupas para o jogador personalizar seu lutador, mas esse modo só é liberado se o jogador comprar ao menos um pacote de roupas para personagem, que sai por R$ 10,99 no PSN brasileiro.

Quem quiser ter todas as roupas e acessórios possíveis terá como melhor opção comprar os dois pacotes Multi-Character Pack, que saem por R$ 30,99 cada um. Certamente é um preço a se ponderar, ainda mais se o consumidor levar em conta que esse é o preço cobrado pelo próprio jogo.

Tecnicamente ultrapassado
Por se tratar da revisão de um jogo lançado ainda no início de vida do PlayStation 3, "Final Showdown" sofre com a idade já aparente de seu visual e mecânica. Apesar de artisticamente belo e muito divertido, o jogo apresenta alguns personagens com aspecto de plástico, casos mais nítidos em lutadores como Sarah e Jacky Bryant.

Aos dois, aliás, também é atribuída a animação esquisita, com movimentos grosseiros e pouco naturais, como na mudança de pé de apoio ou até na forma como se movimentam.

Problema similar é visto na mecânica, que mescla lutadores muito divertidos de se jogar, como o wrestler El Blaze – cujos golpes de lucha libre baseados em agarrões e uma dezena de ataques de chão fazem a diferença -, com outros que já mostram desgaste, como os já citados Sarah e Jacky, que perderam competitividade e atualmente incentivam mais o jogador massacrar os botões à la "Dead or Alive" do que experimentar novas técnicas.

Pouca diversão em modo solo
As fortes raízes do fliperama de "Virtua Fighter" nunca permitiram à franquia um modo solo complexo, mas em "Final Showdown" o jogador terá ainda menos horas para se divertir sozinho.

O modo Arcade segue à risca o que sugere, com lutas entre dois personagens sem sequer premiar o vencedor com um final para cada lutador. Outras opções são o Score Attack, que contabiliza os pontos a cada round do jogador e os envia para uma tabela de pontuação online.

Por fim, o License Challenge oferece desafios de habilidades como bloquear cinco vezes o ataque e vencer a luta para prosseguir. E vale citar o modo de treinamentos Dojo. Muito competente e completo, ele cumpre como poucos a missão de ensinar as noções básicas e avançadas dos golpes ao jogador novato sem entendia-lo.